domingo, 30 de março de 2014

A Menina do Cabelo Vermelho volta a voar em um palco de Porto Alegre/RS em temporada com audiodescrição

Espetáculo infantil da Las Brujas Cia de Teatro e feitiços será encenado nas tardes de sábado e domingo, de 5 a 20 de abril, no Teatro de Câmara, sempre com audiodescrição aberta

O vento que sopra forte está trazendo Filó e sua pipa de volta a um palco porto-alegrense. E, desta vez, todas apresentações contarão com audiodescrição aberta e o convite para que os pequenos espectadores e seus acompanhantes toquem nos cenários, figurinos e intérpretes da peça infantil A Menina do Cabelo Vermelho, da Las Brujas Cia de Teatro e feitiços. A temporada começa em 5 de abril e vai até o dia 20, sempre aos sábados e domingos, às 16h, no Teatro de Câmara Túlio Piva, na Capital gaúcha. Os ingressos custam R$ 20, com desconto de 50% para pessoas com deficiência, idosos, professores, classe artística e titulares do cartão Clube do Assinante ZH.

O roteiro de audiodescrição é de Lolita Goldschmidt, que também interpreta Filó, com revisão de Mimi Aragón e Kemi Oshiro, consultoria de Mariana Baierle e narração da atriz Lívia Dávalos. A assessoria para a produção da audiodescrição é da Tagarellas Audiodescrição.

A Menina do Cabelo Vermelho une diferentes linguagens, como teatro de atores, vídeo, teatro de objetos e de sombras sob a direção de Daniel Colin, um dos profissionais mais renomados e premiados do teatro gaúcho na última década. No elenco, além de Lolita Goldschmidt, estão Diana Manenti, Denis Gosch e Douglas Dias, que conquistou no final de 2013 o Prêmio Tibicuera de Melhor Ator Coadjuvante por seu desempenho na peça.

Indicada a 8 categorias do Prêmio Tibicuera, a montagem é a primeira da Las Brujas Cia de Teatro e Feitiços e foi inspirada no livro homônimo de Lolita Goldschmidt. A peça busca transmitir às crianças valores como curiosidade e respeito às diferenças físicas, culturais, sociais e raciais entre as pessoas.
A protagonista é Filó, uma menina de cabelos vermelhos que imagina muitas histórias. Por ser diferente, ela se sente sozinha, em um universo sem cor. Levitando em seus pensamentos, seu mundo gira em torno de objetos da casa, com os quais ela fala “pelos cotovelos”. Um dia, brincando com uma pipa, Filó engata nos pensamentos e o vento sopra forte. A menina voa mundo afora, passando por vários países, onde encontra pessoas, roupas e hábitos diversos. Vive situações de medo, coragem, amizade, amor e, principalmente, graça e humor. E descobre no trabalho em conjunto, no respeito às diferenças e no companheirismo, a superação de suas dificuldades e a alegria de viver.

Depoimento da Tagarella Mariana Baierle sobre a primeira exibição de A Menina do Cabelo Vermelho com audiodescrição aberta, em janeiro deste ano, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo:

“Sempre fui uma entusiasta da audiodescrição aberta por inúmeros motivos. O primeiro é que se trata de uma oportunidade de mostrarmos ao público em geral o que é a audiodescrição, como ela acontece e o quanto ela é importante. O segundo motivo é porque melhora consideravelmente a minha experiência como usuária do recurso. Isto porque quando uso um fone de ouvido preciso escutar com um ouvido a audiodescrição e com outro o som do espetáculo. Há, nesses casos, um esforço maior para 'montar' mentalmente as duas bandas sonoras e entendê-las como parte de um único todo. (...) Em 'A Menina do Cabelo Vermelho' não foram as pessoas com deficiência visual que tiveram que usar fones para não incomodar os demais: foram as pessoas que enxergam que puderam experimentar e perceber como esse recurso é fundamental para quem não pode ver. (...) A iniciativa de Las Brujas mostra uma nova forma de conceber o mundo. Uma nova forma de pensar a arte. Arte para todos. Teatro para todos e sem restrições. Teatro com acessibilidade para as crianças e adolescentes, pois apostar na infância é apostar no futuro. Trazer audiodescrição já para os pequenos contribui com a formação do público infanto-juvenil, incentiva o gosto pela arte e pelo entretenimento desde cedo. As crianças que hoje têm a oportunidade de ir a esse tipo de espetáculo amanhã serão adultos com um entendimento diferente de mundo. (...) Uma nova forma de pensar a arte está surgindo.”

Depoimento de uma mãe, que levou sua filha e uma amiga, ambas sem deficiência visual, à mesma apresentação, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo:

"Gostaria de cumprimentá-los pela qualidade da audiodescrição. Minha filha e sua amiguinha comentaram, no final, que este recurso é legal para todas as crianças e que ajuda a focar a atenção e acompanhar muito melhor a narrativa da história e os detalhes de transformação do cenário. Viva a diferença que faz o mundo mais bonito! Os atores muito engraçados nos proporcionaram um dia muito feliz. Obrigada a todos!"

Serviço

Peça infantil A Menina do Cabelo Vermelho com audiodescrição aberta.

Datas: Sábados e domingos, de 05 a 20 de abril.
Horário: 16h (chegue 30 minutos antes do espetáculo para acompanhar a introdução da audiodescrição).
Local: Teatro de Câmara Túlio Piva (Rua da República, 575 – Bairro Cidade Baixa).
Duração: 50 minutos
Ingressos: R$ 20,00 (geral) e R$ 10,00 (pessoas com deficiência, idosos, professores, classe artística e titulares do cartão Clube do Assinante ZH).
Pontos de venda: Ingressos antecipados: Loja Balaio Fino (General Lima e Silva, 870, das 10h às 22h, fone 51 3085 5157). Bilheteria do teatro: nos dias das apresentações, 1h antes do início da sessão.

Ficha técnica da peça

Direção: Daniel Colin
Dramaturgia: Lolita Goldschmidt e Daniel Colin
Elenco: Diana Manenti, Denis Gosh, Douglas Dias e Lolita Goldschmidt (Stand by Marcelo Chittos e Lauro Fagundes)
Preparação vocal: Gisela Habeyche
Preparação corporal: Lolita Goldschmidt
Instrumentalização da manipulação de objetos: Cia Gente Falante
Iluminação: Leandro Gass
Cenografia: O grupo e Mario Cavalheiro
Vídeo: Thais Fernandes
Operação de vídeo: Ricardo Zigomático
Arte gráfica: Ricardo Zigomático e Sheila Trettin
Adereços: Margarida Rache
Figurino: Claudio Benevenga
Trilha sonora: Moysés Lopes
Fotografia: Renata Ibis e Pedro Lunaris
Produção: Diana Manenti e Lolita Goldschmidt
Assessoria de Imprensa: Adriana Lampert

Ficha técnica da audiodescrição

Roteiro: Lolita Goldschmidt
Revisão: Mimi Aragón e Kemi Oshiro
Consultoria: Mariana Baierle
Narração: Livia Dávalos
Produção: Tagarellas Audiodescrição
Foto: Pedro Lunaris.

(descrição)

A foto colorida e horizontal mostra Filó, de vestido branco de mangas curtas decorado com oito pequenos redemoinhos coloridos, entre dois rapazes e uma moça que usam trajes indianos bem brilhosos. Os quatro estão muito sorridentes, em pé, dos joelhos para cima, em poses de dança. Filó é retratada no centro da imagem, com seus cabelos vermelhos enfeitados com fita e laço brancos. Os dois rapazes usam chapeuzinhos de topo reto e achatado, camisas de mangas compridas e bufantes (o da esquerda, azul, e o da direita, lilás), coletes, faixas na cintura e saiotes, tudo em tecido dourado com estampa de florzinhas miúdas. Bem à direita, a moça traz na cabeça um grande lenço amarelo com um triângulo de lantejoulas douradas na testa e usa vestido comprido e azul que tem na frente, soltas, longas fitas douradas. Atrás dos quatro, destaca-se contra o fundo escuro um cenário feito de panos com estampas multicoloridas.

(fim da descrição)

Transporte

Ônibus (parada em frente ao teatro de Câmara):
176 - Serraria (Rodoviária) - Centro/Bairro
178 - Praia de Belas - Centro/Bairro

Tagarellas Audiodescrição
http://tagasblog.wordpress.com/ +55 51 3384 1851 | +55 51 3022 1117 | +55 51 3217 4837 +55 51 8451 2115 | +55 51 9208 1176 | +55 51 8118 9814

sábado, 29 de março de 2014

Cardápio em Braille

No bar Pedrini da Lima e Silva na Cidade Baixa- POA há cardápio em Braille.
Na Companhia do Sanduiche na avenida Getúlio Vargas no Menino Deus também há cardápio em Braille.
Muito bom, isso é inclusão!

quarta-feira, 26 de março de 2014

SAMSUNG CRIA ACESSÓRIOS DE CELULAR PARA CEGOS

A Samsung divulgou três novidades para o celular Galaxy Core Advance, acessórios de tecnologia assistiva para ser usado por cegos. A companhia sul coreana desenvolveu uma capa ultrassônica, para guiar e ajudar os usuários no desvio de obstáculos; um pedestal de leitura digital, que lê em voz alta textos que estão na tela; e uma etiqueta de voz, para o usuário distinguir objetos e marcá-los utilizando apenas a voz.
Segundo a Samsung, a ideia para fazer os materiais surgiu após a empresa fazer "pesquisas" e "diversas entrevistas" com deficientes visuais. Entre os diferenciais da capa ultrassônica está em perceber obstáculos a dois metros de seu usuário, alertando com toques de áudio ou pequenas vibrações.
A empresa ainda afirma que embora tenha saído apenas para o Galaxy Core Advance, em breve os acessórios serão produzidos para outros celulares da marca Galaxy.

Fonte: Terra 14/03/2014

domingo, 23 de março de 2014

Lei municipal de Porto Alegre importante as pessoas com deficiência

Lei nº 8.890 de 09 de Abril de 2002

ASSEGURA ÀS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA, USUÁRIAS DE CADEIRAS DE RODAS E CEGOS, O DIREITO DE EMBARQUE E DESEMBARQUE FORA DOS PONTOS DE PARADA DOS ÔNIBUS.

O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, Faço saber, no uso das atribuições que me obriga o parágrafo 7º, do art. 77, da Lei Orgânica, que a Câmara Municipal aprovou e eu promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência, usuárias de cadeiras de rodas e cegos, o direito de embarque e desembarque fora dos pontos de parada dos ônibus.
Parágrafo único. Excetuam-se dos locais de paradas as áreas dos corredores exclusivos para ônibus e o perímetro central da Cidade, respeitadas as normas vigentes de circulação e parada de veículos, contidas na legislação de trânsito.
Art. 2º Cabe ao Executivo Municipal, através do órgão competente, estabelecer as normas técnicas necessárias ao cumprimento do disposto no art. 1º desta Lei.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE, 09 DE ABRIL DE 2002.
JOSÉ FORTUNATI
Presidente

quarta-feira, 19 de março de 2014

Ônibus poderão ter equipamentos sonoros para avisar sobre paradas

Projeto de Lei obriga a instalação, em ônibus, metrôs e outros veículos de transporte público, de equipamentos sonoros que informem aos passageiros sobre os pontos de parada – nome, localização, tempo de permanência e possível integração a outros tipos de transporte.

A Câmara analisa o Projeto de Lei 6161/13, do deputado Major Fábio (DEM-PB), que obriga a instalação, em ônibus, metrôs e outros veículos de transporte público, de equipamentos sonoros que informem aos passageiros sobre os pontos de parada – nome, localização, tempo de permanência e possível integração a outros tipos de transporte.

A intenção do autor é facilitar a vida de pessoas com deficiência visual ou até mesmo de analfabetos. "Para as pessoas com deficiência visual que utilizam o transporte público coletivo, contar com informações emitidas por equipamento sonoro sobre os pontos de parada e dos terminais mostra-se benéfico, senão essencial aos seus deslocamentos, sobretudo nos grandes centros urbanos", defendeu. <

A proposta altera a Lei de Acessibilidade (Lei 10.098/00), que já obriga o transporte público a cumprir requisitos de acessibilidade. Esses requisitos, no entanto, não estão especificados na lei, mas vinculados à regulamentação do Executivo.

Tramitação

A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; Viação e Transportes; Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Agência Câmara Notícias

sexta-feira, 14 de março de 2014

Recado de um deficiente visual

Eu perdi um pouco de minha visão aos quatro anos. Bastante visão aos dezesseis e, praticamente tudo, do pouco que me restava, uns três anos depois.
Tive momentos difíceis na hora de estudar, na hora de querer namorar, na hora de querer dançar em uma festa.
Não é fácil se adaptar ao mundo quando não se enxerga, mas é importante entender que poucas coisas realmente valiosas são fáceis.
Rapidamente, percebi que tinha só duas opções. Eu podia ficar fechado em casa, chorando, porque era uma vítima. Ou podia sair e viver a vida.
Foi fácil entender isso intelectualmente. Emocionalmente, demorei um pouco para aceitar esta simples lógica.
Eu queria trabalhar, ter responsabilidade, ser produtivo, ser amado, casar, ser independente. Nada disso me seria garantido se eu arriscasse e fosse à luta.
Mas, se eu ficasse me sentindo uma vítima, era certo que nunca teria nada do que queria. A decisão era fácil, embora a luta não fosse.
Acredito que algo que sempre incomoda quando se está enfrentando um desafio, como a cegueira, é que acreditamos que tudo isso é injusto. Por que eu? Por que eu estou ficando cego?
Com certeza, outras pessoas se perguntam outras coisas como: Por que eu tenho câncer? Por que não tenho dinheiro? Por que não sou o homem mais bonito ou popular?
O interessante é que sempre achamos que o nosso problema é o mais sério.
O certo é que não damos valor a nada do que temos. Então, sempre parece que não temos nada. Só damos valor a coisas que perdemos.
Quando estava fazendo mestrado em Washington, triste por algum motivo, nem sei se era porque, como cego, estava tendo dificuldades ou se meu computador estava com problemas, escutei, através do rádio, as notícias de um professor universitário na Califórnia que era quadriplégico.
Ele precisava pegar um lápis com sua boca e escrever no seu computador, apertando uma tecla de cada vez.
Imagine: eu me sentindo a maior vítima. No entanto, eu podia andar por todo o campus, sem ajuda de ninguém, podia escrever mais rápido à máquina do que qualquer pessoa na minha sala.
Aquele professor me ajudou a valorizar muitas coisas que eu não estava dando importância. Perguntei-me: O que é justo? O que é injusto?
É justo eu ter pernas quando não as utilizo para ganhar medalhas nas Olimpíadas? Ou não as uso para ajudar o próximo e nem sequer as valorizo?
É justo eu ter um cérebro e não utilizá-lo ao máximo? É justo eu ter braços fortes e não usá-los para abraçar, demonstrar meu amor a quem, todos os dias, me dá tanto?
É justo eu ter uma vida e não me lembrar de agradecer, todos os dias, aos meus pais por me terem permitido nascer?
É justo eu ter uma esposa, um curso universitário, um coração que pulsa, rins que funcionam, pulmões fortes, mãos rijas, e não me recordar de dizer ao meu criador:Obrigado, Deus, por me teres criado?
* * * A carta que acabamos de ler é de um jovem brasileiro, que trabalha em Nova Iorque. Sua filosofia pessoal, com certeza, não alentará somente aqueles que estão enfrentando cegueira física, mas também a todos aqueles de nós que portamos a cegueira espiritual, que não nos permite enxergar as bênçãos de que somos portadores.
Pensemos nisso e mudemos o foco das nossas vidas de lutas, dissabores e dificuldades para vidas de oportunidades, testes e aprendizado.

Redação do Momento Espírita, a partir de carta de Fernando Botelho, endereçada a um jovem cego de nome Juliano, residente em Curitiba, Estado do Paraná.