sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Cursar História

O desejo de cursar História surgiu devido gostar de ler, escrever e por ser um curso acessível a minha deficiência.
Em 2002 passei no vestibular da UNIJUÍ Campus Santa Rosa e comecei a estudar História.
Foi muito importante frequentar a universidade, pois fui bem recebida pelos colegas o que fez fortalecer minha aceitação como pessoa cega.
A UNIJUÍ não estava preparada para me receber, desta forma solicitei o apoio de uma monitora, a partir deste momento surgiu a sala de apoio aos cegos e surdos.
Na UNIJUÍ não havia livros em Braille, desta forma as monitoras realizavam a leitura de livros para mim.
A família também foi muito importante nesse período, pois devido o grande número de textos e livros para ler auxiliava na leitura.
Nessa época não sabia informática, nem possuía computador adaptado em casa, sendo assim realizei toda a graduação através do Braille.
Cursar História foi maravilhoso, adquiri novos conhecimentos, conheci novas pessoas, oportunizando as interações, mostrando que as pessoas cegas tem condições de estudar e ter uma vida igual a todos.

Frase do dia

Nunca devemos deixar nossos medos atrapalhar nossos sonhos.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Percurso estudantil

Durante meu percurso no Ensino Fundamental possuía baixa visão e vivenciei constrangimentos causados por práticas pedagogicamente incorretas: ser orientada a localizar informações em mapas expostos no mural da sala de aula, situação acompanhada pela repreensão da professora, pelo fato de não conseguir atender à sua expectativa e chacotas de colegas insensíveis à minha deficiência.
Necessitava de materiais com letra ampliada, no entanto, nada era adaptado para minha realidade.
Realizei muitas provas com grande dificuldade para enxergar o que estava escrito, pois a letra era pequena, prejudicando minha leitura. A maior dificuldade encontrei nas disciplinas de matemática, física e química.
Durante o percurso no Ensino Médio passei pela transição da baixa visão para a cegueira.
Se com a baixa visão os professores não atendiam minhas solicitações de prova ampliada por exemplo, com a cegueira muitas situações complicaram-se mais. Os professores, sem aviso prévio, apresentavam materiais em vídeo legendado, sem a devida tradução oral dos mesmos. À época, sentia-me entristecida, mas, por não saber me defender, propor alternativas ou lutar por meus direitos, mantinha-me passiva ante a situação.
Nas disciplinas de matemática, física e química meu irmão adaptava os gráficos por exemplo com lã e grãos de feijão para tentar me ajudar a entender os cálculos, pois alternativas eram negligenciadas pelos professores.
Na escola não havia livros em Braille nem computador adaptado, sendo assim minha família auxiliava na leitura de livros.
Sinceramente, me senti mais feliz ficando cega, pois não havia mais dúvida de minha deficiência ao contrário de quando tinha baixa visão que os professores não entendiam que necessitava de um atendimento especial.
No entanto, acredito que possuir baixa visão é mais complicado que ser cego, as pessoas não nos compreendem, com a cegueira aprendi a lutar por meus direitos e mostrar que temos condições de atingir horizontes mais altos, apenas utilizando recursos específicos a nossa deficiência.

Documentário Olhares

Assista o documentário Olhares que fala do acesso a cultura por pessoas cegas e de baixa visão.
http://www.youtube.com/watch?v=GGgcBL6rRVE&feature=youtu.be

Dica do dia

As interações sociais são essenciais ao desenvolvimento humano, sendo assim, a pessoa com deficiência deve estudar e trabalhar para desenvolver suas potencialidades.

Cega ou deficiente visual?

Para mim ser chamada de cega ou deficiente visual é indiferente, mais importante é ser aceita como sou.
Há questionamentos mais relevantes que devem ser realizados no momento, como por exemplo:
Se meu filho nascer com deficiência estou preparado para recebê-lo?
Se adquirir uma deficiência a sociedade está pronta para me receber?

A escrita Braille

Em outubro de 1999 fui ao IMEAB de Ijuí- RS para aprender a escrita Braille.
Aprendi a nova escrita em dois meses.
Conhecer os cegos do IMEAB foi muito importante em minha vida, pois me motivaram a continuar estudando.

A cegueira na minha vida

Acordei cega no dia 19 de agosto de 1999, aos 16 anos.
A partir deste dia minha vida mudou para sempre.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Baixa visão

Nasci com baixa visão devido a Vítreo Retinopatia Exudativa Familiar.
Com 12 anos fui informada por um oftalmologista de Curitiba- Paraná que iria ficar cega, pois não havia cura, no entanto, não sabia quando aconteceria.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Semana Nacional da Pessoa com Deficiência!

A pessoa com deficiência não deve ser somente lembrada ou reconhecida na Semana Nacional da Pessoa com Deficiência, deve ser valorizada, respeitada e principalmente aceita por toda sociedade todos os dias!

Frase do dia

Perdi a visão, mas não perdi os sonhos e a alegria de viver!

domingo, 18 de agosto de 2013

Terra Inclusiva!

Olá, prezados leitores!
Sou Carlise, deficiente visual, graduada em História,pós-graduada em Pedagogia Empresarial e Educação Corporativa.
Sou Coach e estou caminhando para ser Master Coach.
Moro em POA- RS, sou casada com Jorge Fernando e mãe da princesa Natália.

O blog Terra Inclusiva tem o objetivo de compartilhar minha experiência de pessoa com deficiência.
Desejo que as informações aqui citadas promovam o seu crescimento pessoal sobre as pessoas com deficiência visual.
Desta forma, espero que o Terra Inclusiva seja um instrumento motivador da construção de uma "Terra mais Inclusiva".
Enfim, acompanhe o blog Terra Inclusiva e compartilhe com seus familiares e amigos suas aprendizagens!