quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Por que tememos os cegos?

POR QUE TEMEMOS OS CEGOS? (BRISTOL, R.I)

Há alguns anos, quando mencionei a uma mulher que conheci em uma festa que dava aulas em uma escola para cegos, ela pareceu confundida. "Posso fazer-te uma pergunta?
" - Disse. "Como falas com teus alunos?"
Expliquei-lhe que os estudantes eram cegos, não surdos. Levantando as palmas de suas mãos para mim, como para frisar ainda mais a incompreensão, ela disse: "Sim, sei que não são surdos. Mas o que realmente quero dizer é: realmente falas com eles?"
Eu sabia, porque me havia sido feita esta pergunta antes por pessoas razoavelmente inteligentes, que a mulher não sabia exatamente o que queria dizer. O único que sabia era que em sua mente existia uma barreira intelectual substancial entre os cegos e os videntes. Os cegos podiam ouvir, sim. Mas podem entender corretamente?
Ao longo da história e em todas as culturas, os cegos têm sido denegridos por uma série de mitologias como esta. Têm sido percebidos de várias maneiras como idiotas lamentáveis, incapazes de aprender, como mestres engenhosos do engano, ou como místicos possuídos de poderes sobrenaturais. Um dos mitos mais persistentes sobre a cegueira é que ela é uma maldição de Deus pelas faltas cometidas numa vida passada, que encobre o cego na escuridão espiritual e o faz não só perigoso, e ainda malvado.
A maioria dos estudantes cegos no Instituto Internacional de Empreendedores Sociais (International Institute for Social Entrepreneurs), em Trivandrum (Índia), uma filial da Braille sem Fronteiras, veio do mundo em desenvolvimento: Vieram de Madagascar, Colômbia, Tibete, Libéria, Gana, Quênia, Nepal e da Índia. Um de meus alunos, de 27 anos de idade, Sahr, perdeu a maior parte de sua vista em decorrência do sarampo, quando era um menino. (Como muitos meninos das zonas rurais da África Ocidental, Sahr não havia sido vacinado.) Os residentes da aldeia de Sahr estavam seguros de que sua cegueira, sem dúvida, era o resultado de bruxaria ou de ações imorais por parte de sua família, e poderia afetar negativamente a toda a aldeia. Rodearam sua casa e gritaram ameaças e abusos. Confiscaram uma parte considerável da terra de seus pais. Com o tempo, os anciãos decretaram que o pai de Sahr deveria levar o menino à selva, "onde vivem os demônios, e abandoná-lo ali". Os pais se negaram e fugiram da aldeia com seu filho.
Muitos de meus alunos tiveram experiências similares. Os pais de Marco, devotos católicos colombianos, rogaram a um sacerdote que rezasse uma missa para que seu pequeno filho cego morresse antes de que sua existência trouxesse vergonha e dificuldades em seu lar. Os povoadores da remota aldeia tibetana de Kyile insistiram em que ela, seus dois irmãos cegos e seu pai cego deviam todos suicidar-se porque não eram mais que uma carga para os membros videntes da família. Quando, como menino em Serra Leoa, James começou a ver os objetos de cabeça para baixo por causa de uma enfermidade ocular, os aldeões estavam seguros de que ele estava possuído por demônios.
Nestes lugares, as escolas para meninos cegos eram consideradas uma perda absurda de recursos e de esforço. Os professores das escolas normais se negaram a educá-los. Meninos videntes os haviam ridicularizado, os enganaram, cuspiram e lhes jogaram pedras. E quando chegaram à idade de trabalhar, ninguém os contratou. Durante uma visita ao Centro de Treinamento do Braille Sem Fronteiras no Tibete, conheci os meninos cegos que haviam sido oprimidos, disseram que eram idiotas, foram encerrados em quartos por anos e anos e abandonados por seus pais.
Estes relatos que eram uma condição normal ou comum na Idade Média, tomaram lugar nos anos 1980, 1990 e 2000. Estão tomando lugar agora. Nove em cada 10 meninos cegos no mundo en desenvolvimento ainda não têm acesso à educação, muitos deles pela única razão de que são cegos.
Os Estados Unidos têm uma das taxas mais baixas de deficiência visual no mundo, e todavia a cegueira segue sendo uma das doenças físicas mais temidas. Inclusive neste país os cegos são percebidos como um povo à parte.
Existe aversão aos cegos pela mesma razão de que existe a maioria dos prejulgamentos: a falta de conhecimento. A ignorância é um potente gerador de temor. E o medo se converte facilmente em agressão e desprezo. Quem nunca passou mais de cinco minutos com uma pessoa cega poderia ser perdoado por crer - como a mulher que conheci na festa - que há um abismo intransponível entre nós e eles.
Para a maioria das pessoas a vista é a principal forma pela qual interpretamos o mundo. Como podemos sequer começar a pensar em uma conexão significativa com uma pessoa que não pode ver? Antes de começar a viver e trabalhar entre a gente cega, eu também me perguntei isso.
Cada vez que via uma pessoa cega na rua ficava olhando, paralizado, com esperança, de um mal-estar vago e visceral, que não ia a ter que me comprometer com ele. Em 1930, em seu livro, "O Mundo dos Cegos", Pierre Villey, um professor francês cego de literatura, resumiu o carnaval aterrorizante dos prejulgamentos e superstições sobre os cegos que se transmite através dos séculos. "A pessoa vidente julga os cegos, não pelo que são, mas pelo temor que a cegueira inspira... A revolta de sua sensibilidade encarando "a mais atroz das enfermidades, enche uma pessoa vidente com prejulgamentos e dá lugar a milhares de lendas". A autora cega Georgina Kleege, conferencista da Universidade da Califórnia em Berkeley, mais concisamente escreveu: "Os cegos são, ou sobrenaturais, ou sub-humanos, esquisitos ou animais."
Acostumamos-nos tanto com a visão que temos, nos aferramos a ela de modo servil, e estamos tão oprimidos pelos dados superficiais, que inclusive a pessoa vidente mais brilhante pode gastar um longo tempo, estupidamente, para reconhecer o óbvio: há, em geral, um perfeito estado de saúde, uma mente ativa humana normal por trás desse par de olhos que olham sem ver.
Christopher Hitchens chama a cegueira: "um dos transtornos mais antigos e mais trágicos conhecidos pelo homem". Como de excluídos horrivelmente, e carentes, nos sentiríamos ao perder o mundo e a forma de vida que a vista nos leva. A cegueira pode suceder a qualquer um de nós. Eu mesmo, cria estar seguro de que preferiria morrer antes que ser cego; não poderia imaginar como ia a ter a força para seguir adiante encarando essa perda.
E contudo a gente o faz. Em 1749, o filósofo francês Denis Diderot publicou uma composição, "Carta sobre os cegos para o benefício dos que veem", na qual descrevia uma visita que ele e um amigo fizeram à casa de um homem cego, filho de um professor de filosofia na Universidade de París. O homem cego se casou, teve um filho, tinha muitos conhecidos, estava versado em química e botânica, sabia ler e escrever com um alfabeto em relevo, e ganhava a vida destilando licores. Diderot escreveu con admiração do "bom sentido sólido" do homem, de sua ordem, de sua "surpreendente memória para sons" e vozes, de sua capacidade para dizer o peso de qualquer objeto e de qualquer vasilha simplesmente sustendo-os em suas mãos, de sua capacidade para desmontar e tornar a montar as máquinas pequenas, de sua agudeza musical e de sua extrema sensibilidade às mudanças atmosféricas.
O homem cego , talvez cansado de ser interrogado por Diderot e seu amigo como se fosse um animal de circo, com o tempo lhes fez uma pergunta própria. "Percebo, senhores, que vocês não estão cegos. Estão é assombrados pelo que faço, e por que não pelo que expresso?" Mais do que qualquer de suas habilidades sensoriais, era a autoestima do homem cego que surpreendeu mais a Diderot. "Este homem cego", escreveu, "valoriza-se tal como ou talvez mais do que nós, os que vemos".
Aprendi de meus amigos cegos e colegas que a cegueira não tem por que seguir sendo trágica. Para aqueles que podem adaptar-se a ela, a cegueira se converte num caminho a uma forma alternativa e igualmente rica da vida.
Uma das muitas ideias equivocadas sobre os cegos é que eles têm uma maior audição, um maior sentido do olfato e um maior sentido do tato que as pessoas videntes. Isso não é estritamente certo. Sua cegueira simplesmente lhes obriga a reconhecer os dons que sempre tiveram, mas até agora haviam ignorado em grande medida.
Há aluns anos, me permiti colocar uma venda nos olhos e fui levada pelas ruas de Lhasa por duas meninas cegas tibetanas adolescentes, estudantes do Braille Sem Fronteiras. As garotas não haviam crescido na cidade, e contudo a haviam atravessado com facilidade, sem tropeçar ou perder-se. Tinham um destino específico em mente, e a cada vez anunciavam: "Agora vamos à esquerda" ou "Agora giramos à direita", me vi obrigada a perguntar-lhes como sabiam isso. Suas respostas me surpreenderam, sobretudo porque as pistas que estavam seguindo eram o som de muitos televisores em uma loja de eletrodomésticos, o cheiro do couro duma sapataria, a sensação de paralelepípedos de repente sob os pés, mesmo que estivessem fora ao ar livre, para que qualquer um pudesse percebê-los, eram praticamente ocultos para mim.
Pela primeira vez em minha vida me dei conta do pouco caso que dava aos sons, aos cheiros, de fato, a todo o mundo que se estendia mais além de minha capacidade de ver.
O escritor francês, Jacques Lusseyran, que perdeu a visão na idade de 8 anos, entendeu que aqueles de nós que temos a visão estamos, em certo modo, privados pela mesma. "Em troca de todos os benefícios que traz a visão, nos vemos obrigados a renunciar a outros cuja existência nem sequer suspeitamos".
Não pretendo sugerir que há algo maravilhoso na cegueira. Só há algo maravilhoso na resistência humana, a adaptabilidade e a ousadia. Os cegos não são mais ou menos místicos, estúpidos, malvados, tristes, lamentáveis e enganosos que o resto de nós. É só nossa ignorância que os envolve nessas qualidades ridículas. Quando Helen Keller escreveu: "É mais difícil ensinar a ignorância do que pensar em ensinar a um homem cego inteligente o ver a grandeza das Cataratas do Niágara", ela estava falando, obviamente, da elevação e da igualdade de valor do conhecimento.

(Rosemary Mahone é a autora do livro da próxima aparição "Para benefício dos que veen: Envios do Mundo dos Cegos.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Olhar Digital: Tomada inteligente reduz consumo e desliga sozinha

Olhar Digital: Tomada inteligente reduz consumo e desliga sozinha

-------------------------------------------------------------------------------- Economizar energia: bom para o planeta e para o bolso, mas muitos ainda se esquecem disso. É com esta premissa que um grupo de alemães utiliza para lançar seu projeto de adaptador inteligente para tomadas, chamado Parce, capaz de reduzir o consumo e, consequentemente, as contas no fim do mês.

O Parce é um conector que faz a mediação entre a energia que sai da sua tomada na parede e os seus gadgets. Ele pode se ligar à internet e permite que você comande remotamente o quanto cada eletrônico e eletrodoméstico pode consumir de eletricidade.

Por meio de conexão Wi-Fi, o Parce emite informações que podem ser conferidas pelo computador ou celular, avisando o usuário do que mais está consumindo energia. O adaptador também é capaz de entender quando algo está em stand-by e, caso o gadget permaneça assim por um bom tempo, o usuário pode receber uma mensagem pedindo permissão para desativar o dispositivo sozinho.

Em resumo, ele praticamente cuida sozinho das tomadas da residência, desligando aparelhos que não precisam estar ligados, sem que você nem precise estar perto de casa.

O gadget também seria capaz de aprender os hábitos do usuário conforme o seu uso e oferecer configurações personalizadas dependendo do horário. Segundo os criadores, ele sabe a que horas você costuma assistir TV e os momentos em que a energia é mais necessária, mesmo com você longe de casa.

Para o projeto sair do papel, no entanto, seus criadores estão fazendo uma "vaquinha" no IndieGogo para arrecadar US$ 100 mil e a previsão de entrega é de novembro de 2014. A reserva de uma unidade do Parce, no entanto, não ficará barata: cada um dos adaptadores custará US$ 70. Considerando a quantidade de tomadas em uma casa, o custo para ocupar cada uma com uma Parce pode superar tranquilamente os US$ 700.

Acredito, que esta tecnologia vai facilitar muito a vida dos cegos.
Quando recebemos vizitas que enchergam em casa, as vezes acabamos esquecendo as lâmpadas acesas, mas com essa tecnologia esse problema poderá ser resolvido, pois o aparelho nos avisará via celular que as mesmas estão acesas.
Vamos torcer que esta tecnologia saia do papel e que possamos usufruir deste recurso em breve.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Agradecimento

Boa tarde pessoal.
Gostaria de agradecer todos que estão acessando meu blog e curtindo as postagens.
Espero que possamos construir uma "terra inclusiva".
Para me contatar podem escrever para terrainclusiva@gmail.com
Desta forma poderemos trocar idéias, reflexões e ampliar os conhecimentos sobre a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade!
Enfim, continuem acessando meu blog e compartilhando com seus amigos as postagens!

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Tecnologia da Electrolux que facilita a vida dos cegos na limpeza da casa

Aspirador de pó 2 em 1 Ergorapido- Electrolux.

Com design avançado, pode ser usado de duas formas: aspirador portátil vertical para limpar a casa, e aspirador de mão, para a limpeza de superfícies como mesas, móveis e carros. Você escolhe como usar!
Dispensando energia elétrica, não possui aquele fio comprido que as vezes pode atrapalhar. Por isso, atua com o uso de bateria. E com a Tecnologia Cyclone, otimiza a performance de sucção, evitando que a passagem de ar seja obstruída.
As vezes na correria do dia a dia, ao invés de vassouras e panos, um bom aspirador resolve limpezas em segundos não é mesmo?
E quando o aspirador não possui saco coletor para o pó, torna-se mais prático ainda!
Basta desligar o aparelho e retirar facilmente a sujeira do dispenser direto no lixo, sem sujeira e sem dificuldade. Muito mais fácil e prático!
Líder na categoria de aspiradores, a Electrolux dita as tendências no mercado sempre com produtos inovadores, os quais você e sua família podem confiar.
Não se preocupe mais com sacos de reposição para seu aspirador de pó.
Agora você só precisa esvaziar o dispenser direto no lixo e colocá-lo novamente no lugar. Simples e rápido!
E o melhor de tudo!
Se você possui alergias a pó, saiba que com este produto você não terá mais que mexer em sacos empoeirados, cheios de sujeiras acumuladas por diversas utilizações do aspirador em dias, semanas, ou meses diferentes. Utilize o aspirador e logo após retire a sujeira direto no lixo, sem tocar na poeira, sem sujar suas mãos!
Design moderno: superbonito, não precisa ficar guardado no armário. Assim, fica à mão para ser usado sempre que necessário.
Fácil de usar: a bateria de Ni-MH fornece a energia necessária para a limpeza, substituindo o cabo elétrico.
Novo bocal de alta performance: maior eficiência na limpeza
Acessórios na base de carregamento: escova e bocal para cantos e frestas acoplados no aspirador.
No Brasil, a Electrolux está presente desde 1926 e a sua marca está estampada em diversos produtos, inclusive em modernos aspiradores de pó. Sempre preocupada em trazer praticidade para o dia a dia de seus clientes, desenvolve produtos com total qualidade e altíssima tecnologia. Por isso, conta com uma linha de aspiradores de pó produzidos dentro dos mais altos padrões de qualidade para facilitar na limpeza da sua casa de forma diferenciada.

Adquiri esse produto e estou usufruindo dos benefícios, prático e fácil de usar, facilitou muito a limpeza da casa, pois antes utilizava a vassoura e não conseguia retirar toda a sugeira do chão, mas depois que comprei este aspirador meus problemas acabaram, pois mesmo sem enchergar a casa fica limpinha, devido ele fazer muito bem seu trabalho!
Indico este aspirador de pó a toda mulherada cega!

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Casa de um casal de cegos

A maioria das pessoas tem curiosidade em saber como é a casa de um casal de cegos.
Neste sentido decidi escrever como é na nossa casa.
Muitas vezes nos perguntam se moramos com alguém que encherga ou temos empregada.
Não moramos com familiares que enchergam, nem temos empregada.
Gostamos de independência, de levar uma vida como a das demais pessoas sem deficiência.
Adoro cuidar da nossa casa, fazer o serviço não é um sacrifício, é um prazer.
Fico muito feliz em sentir nossa casa cherosinha ou limpinha e me agrada cuidar para que tudo esteja em ordem.
Passo roupa, limpo a casa, lavo roupa, faço tudo que as pessoas sem deficiência fazem em sua casa.
Lavo também os azulejos do banheiro e o box, limpo percianas e vidros das janelas, tudo para que nosso lar esteja bem apresentado para as vizitas que enchergam.
Geralmente não mudamos os objetos e móveis de lugar dentro de casa, para facilitar a encontrar as coisas que precisamos.
Na nossa casa nós dois cozinhamos e particularmente para a surpresa das pessoas meu marido faz uma comidinha muito gostosa.
Com relação aos alimentos também temos tudo no seu devido lugar para que na hora de cozinharmos esteja tudo acessível.
Não é difícil morar sosinho sem enchergar, só é preciso ter organização na casa para que tudo esteja acessível para a utilizar!

domingo, 19 de janeiro de 2014

Vida com deficiência visual

Aceitar a perda da visão não é fácil, é algo que acontece com o tempo.
Recebi grande apoio da família o que foi fundamental para minha aceitação como pessoa com deficiência.
Meus pais nunca foram contra meus sonhos e objetivos sempre apoiaram todas as decisões, seja de estudar, trabalhar, namorar e morar sosinha com meu namorado cego.
A família é muito importante na concretização de nossos objetivos.
Para continuar estudando, por exemplo, foi fundamental que meus pais e irmão se apoiassem para nos auxiliar, pois a escola não estava preparada para nos receber então foi necessário eles auxiliarem nas leituras de livros.
Meu irmão aprendeu Braille para ajudar a transcrever os trabalhos do Braille para a tinta, pois na época que fazia o Ensino Médio não havia profissional especializado na cidade.
Acreditei muito em meus sonhos e não desisti, apesar de algumas pessoas fazerem comentários maliciosos como: "para que elas querem estudar se nunca vão trabalhar!", refiro-me a elas, pois eu e minha irmã somos cegas e essas palavras nos machucaram muito no passado, mas essas pessoas não sabiam que nosso pensamento positivo era mais forte do que qualquer palavra negativa, no entanto, não desistimos, nos formamos na faculdade e hoje estamos trabalhando num emprego maravilhoso, provando que temos capacidade de chegar muito longe.
As pessoas não deveriam julgar uma pessoa que está batalhando para ter uma profissão, um trabalho, desejando ser útil, pois é pior quem não tem sonhos, objetivos e só reclama da vida de braços cruzados esperando que a sorte caia do céu.
A vida não tem sentido para quem não luta, não tem sonhos, nem objetivos, mas para quem pensa positivo e corre atráz do que almeja a vida é plena de possibilidades e cheia de realizações!
Agradeço a Deus por ter me dado muita força para lutar por meus sonhos, pois sou uma pessoa muito feliz e realizada pelo que já conquistei.
Pessoas com e sem deficiência nunca desistam de seus sonhos, pois nada é impossível para quem tem fé e Deus no coração!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Cerimônia religiosa

A cerimônia do nosso casamento foi realizada pelo padre Rosalvo na igreja católica Sagrado Coração de Jesus de Giruá.
O padre Rosalvo realizou uma celebração linda e inesquecível.
Recebeu todos os convidados com alegria, agradecendo sua presença.
Acolheu eu e o Jorge com muito carinho e atenção.
Comentou durante a cerimônia que o dia 04 é o dia internacional do Braille, surpreendendo a todos com a informação.
Agradeço de coração ao padre Rosalvro por ter participado deste momento maravilhoso.
Escolhi o padre Rosalvo de Santo ângelo para fazer a cerimônia porque na época que eu e minha irmã perdemos a visão ele estava em Giruá e esteve ao nosso lado apoiando a prosseguir e não desistir de nossa caminhada por superação.
O padre Rosalvo foi um anjo que Deus colocou em nossa vida para através de suas palavras amigas nos incentivar a sair de casa, não ficar se escondendo por causa de uma deficiência, nem ter medo de viver e ser feliz!

Frase do convite de casamento

"Nosso amor é como o vento, não podemos ver com os olhos, mas podemos ver com o coração!"

Sensações do casamento

A melhor coisa da vida é casar com quem amamos.
Casamento concretizado, um sonho realizado!
A melhor sensação que tive no casamento foi na entrada da igreja, estar sendo conduzida por meu pai e ser entregue ao amor da minha vida, me fez sentir a pessoa mais feliz do mundo!
Enquanto caminhava em direção ao encontro de meu amor foi lindo ouvir as pessoas falando que estava linda, uma emoção inesquecível que não sai da minha cabeça!
Me senti uma princesa!
O casamento é um momento muito especial e as sensações são as mais belas, um estado de alegria infinita!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Frase do dia

Na vida não devemos ter medo de ser feliz!
Acreditar nos sonhos é determinante para alcançarmos a plena felicidade!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Audiodescrição casamento

No dia 04 realizou-se meu casamento com Jorge Fernando Vieira, na igreja católica Sagrado Coração de Jesus de Giruá.
Foi a realização de um grande sonho.
Nosso casamento contou com o recurso da audiodescrição.
Desde fevereiro de 2013 pensamos em ter audiodescrição em nosso casamento, para nós e os convidados cegos curtir como está decorada a igreja, salão da festa e tudo mais que não podemos ver.
A audiodescrição é um recurso que transforma as imagens em palavras.
Através da audiodescrição os convidados cegos puderam saber como era meu vestido de noiva, como estava vestido o noivo, sendo assim, os principais momentos da cerimônia ficarão guardados para sempre na memória destas pessoas, devido este recurso ter tornado o casamento acessível.
A Tagarellas Produções fez a audiodescrição do nosso casamento, foi maravilhoso contar com este recurso.
Agradeço a Tagarellas por tertornado nosso casamento inesquecível.
Desejo que a audiodescrição esteja cada vez mais presente na vida das pessoas cegas!

Chá beneficente

Desde que resolvemos casar decidi não fazer chá de panela, bar ou de llangerri.
Decidi fazer um chá beneficente ao lar dos idosos cegos de POA, por perceber que estas pessoas precisam muito mais de nossa ajuda.
Cada amiga doou alimentos não perecíveis e material de higiene pessoal para o lar.
Fiquei muito feliz com a grande participação e doação das amigas o que concerteza ajudará muito o lar.
Agradeço de coração a todas que participaram deste ato solidário e espero que numa próxima oportunidade posssamos repetir essa bela ação.

Curso de noivos

Realizamos o curso de noivos nos dias 19 e 20 de outubro de 2013, na igreja católica Nossa Senhora da Conceição- POA.
Coincidentemente no dia 19 completei 5 anos morando em POA.
Adoramos as palestras, depoimentos e as pessoas maravilhosas que conhecemos.
O curso de noivos foi muito proveitoso e superou as espectativas, foi um momento de reflexão sobre o casamento e a nova família que vai se constituir.
A igreja Nossa Senhora da Conceição está de parabéns pela ótima organização de dois dias inesquecíveis em nossa vida.
Foi muito bom fazer o curso de noivos!

Vestido de noiva

O meu vestido de noiva foi confeccionado pelo Atelier Virgínea Manssan de POA- RS.
Encontrei o atelier por força do destino, através da internet.
Enviei um e-mail para a loja e tive o retorno da Carolina a qual sanou minhas dúvidas e me convidou para conhecer a loja e seus vestidos.
Chegando no atelier fui recebida pela Carolina e a Magda ambas pessoas muito queridas e atenciosas.
Adorei conhecer o atelier, pois a Carolina cimulou meu penteado, colocou a grinalda, véo e os brincos.
A felicidade se completou com a prova dos vestidos, um mais lindo que o outro.
Enfim, encontrei o vestido que me deixou uma princesa, ficou muito bem em mim.
Compartilho com meus queridos leitores a descrição do vestido:
Vestido branco.
A blusa é um corpete coberto com uma renda branca que tem desenhos florais com sultache(fio mais alto), todo coberto por cristais transparentes no mesmo desenho das flores.
O detalhe do corpete é que essa renda sai da blusa e segue uma continuidade para o ombro esquerdo(um ombro só), dando um toque de transparência e leveza.
Esse detalhe finaliza nas costas, o acabamento é em botões.
O arremate das rendas da cintura forma uma continuidade do corpo, sem ter recortes.
A saia é muito volumosa feita em tule, ao mesmo tempo é bem suave, tem uma leve cauda.
É um vestido delicado e ao mesmo tempo um vestido marcante.
Delicado pela sua saia com volume e movimento e marcante devido a renda e seu rico bordado em pedras.

A Carolina também fez uma boneca com um vestido de noiva igual ao meu o que possibilitou os cegos apalpar e saber como era meu vestido, adorei a criatividade!
Cada prova do vestido foi inesquecível e a prova final ficará para sempre em minha memória.
Agradeço imenssamente a Carolina e a Magda pela atenção recebida, pois sempre me passaram muita tranquilidade e energia positiva.
O Atelier Virgínea Manssan ficará para sempre em meu coração, pois a Carolina e a Magda foram anjos que Deus colocou na minha vida para transformar uma ângústia em grande alegria!
Portanto, foi maravilhoso conhecer o Atelier Virgínea Manssan, pois é uma loja preparada para receber pessoas com deficiência visual, me senti incluída, ou seja, uma noiva como as demais!

Convite em Braille

Para deixar nosso casamento mais especial, fizemos os convites em Braille .
Todos os convidados com e sem deficiência receberam o convite em Braille.
Meu irmão Clécio transcreveu a tinta os convites para os convidados sem deficiência.
O papel utilizado foi o vergê na cor pérola e a transcrição do Braille foi com caneta dourada.
No centro do convite havia uma foto nossa com fundo lilás e uma frase que dizia: "Nosso amor é como o vento, não podemos ver com os olhos, mas podemos ver com o coração!"
Os convidados adoraram nossa criatividade!

Escolha da data do casamento!

Em fevereiro de 2013, decidimos casar dia 04/01/2014 em Giruá- RS.
Coincidentemente o dia 04/01 é o dia mundial do Braille!
No entanto, o dia 04 é muito especial em nossas vidas!